terça-feira, 26 de novembro de 2013

pé de feijão

para sair do
estado de poesia
é preciso
ver brotar
um pé de feijão

vá logo menino
buscar água
algodão e aquele
pote de danoninho

senão versos
daninhos vão
crescer em seu
estômago,
subir pelo esôfago e
sair de
sua boca

amolando tia ivone
que quer
tanto
te ver
doutor

ao que eu respondo
fica tranquila
tia
que toda poesia
vai acabar neste
pé de feijão

Carpe gardinus

De que serve uma
dama-da-noite
aprisionada em
um vaso de
argila?

Meretriz domada
não vira condessa.
Não se pode esperar
do cacto o cheiro
do jasmim.

Mas mostro
com gosto
na janela
do loft
a minha
posse floril.

Nesta cidade
insípida
feita de
cimento e
cal
quero que
todos saibam que o
amor
tenho-o só
para mim.

Triste de quem
tem flor que
vai
com qualquer
jardim.