quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Vargas:_Todos precisamos de um amigo.

Watson, seu desgraçado.
Você,
não-proletário,
você que não ganha
salário de fome,
você que não tem
cinco filhos,
você que não gosta
de samba.

Ah, seu falsário.
Você e essa maldita pinga.
Você come pinga.
Porra,
Você mija pinga,
Seu desgraçado.

Você que é pinguço,
você que é otário,
você que não é bandoleiro.

Watson, seu moleque.
Seu moleque safado.

E o meu testamento?
E os meus dias de glória?
“Saio da vida para entrar na História...”

História?
Que sabe você?
Eu ainda nem sou um mito
e você não colabora...

Watson.
Eu sou de carne e osso.
Eu sou o seu pai.

Watson!
Você nem liga de me ouvir
falar grosso.
Você nem tem medo
d’eu te prender.

E a censura?
E os direitos civis?

Você não liga!
Você não liga!

Ah eu vou te morder
Ah eu vou te culpar

Pior:vou te entregar aos comunistas.

Watson, seu ingrato.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Para elucidar o nome do blog...

...aqui vai o contexto no qual ele está inserido.

Seis rótulos para uma mesma Garrafa

Psicologia do ortodoxo:

“Watson, Watson.
Fale a verdade.
Você andou bebendo,
Watson?!”

Psicologia do boêmio:

“Watson, Watson!
Fale a verdade!
Você não andou bebendo
O suficiente,
Hein?!
Hein, Watson?!”

Psicologia do tucano:

“Watson, Watson.
Você é lulista, fale a verdade.
Hein, Watson?!
Andou bebendo?”

Psicologia do bêbado:

“Watson,
cerveja,
verdade,
caro,
Sherlock,
Hein?!”

Psicologia do poeta vencido:

“Watson?
Watson.
Traga uma cachaça,
Watson.”

Psicologia do Watson:
“zzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzz
zzzzzzzzzzzzzzzz...”